PINTOR KIRA
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COISAS ...
“Kira é um pintor como os outros, que vai fazendo o que sabe, sempre aprendendo”. É desta forma que António Gama, de 68 anos e mais conhecido como Kira se autodescreve. Desde miúdo que desenhava nos cadernos da escola, mas os seus primeiros passos de pintor começaram no atelier-galeria A Trave. Foi lá que os mestres José Belém e Paulino Ramos lhe transmitiram os seus conhecimentos, numa turma com cerca de 20 alunos, onde só Kira e outro colega seguiram a vida de pintor. Também foi lá que fez a sua primeira exposição, com apenas 15 anos de idade. Até ao serviço militar, fez trabalhos para jornais juvenis, com cartoons e bandas desenhadas, chegando a ser premiado em alguns dos seus desenhos.
Foi aos 20 anos, durante o tédio do serviço militar que
nasceu o seu pseudónimo. “Não tinha nada para fazer na tropa, então decidi
escrever uma carta para ninguém. Era uma espécie de carta de amor e escrevi no
envelope para o carteiro entregar à primeira rapariga que visse na Rua D. Dinis
em Castelo Branco. Curiosamente recebi uma resposta a essa carta. Chamava-se
Felicidade, ainda estivemos juntos algumas vezes, mas não tantas vezes como
queríamos porque ela tinha namorado. Ela em vez de dizer queria, dizia kira. Se
eu a convidasse para ir ao cinema ela dizia, eu kira ir mas não posso. Mais
tarde comecei a fazer uns cartoons e assinava como Kira, assim ficou”.
Antes do 25 de Abril, quando colaborava com os jornais
Diário de Lisboa e República, vários dos seus trabalhos foram alvo do marcador
azul da censura. “Era chato porque às vezes tinha de fazer outros. Mas outras
vezes lá deixavam passar algumas coisas. Nós brincávamos e tentávamos adivinhar
se os trabalhos passavam ou não”. Para além de algumas multas, nunca teve
problemas de maior. Os seus trabalhos censurados estiveram expostos na Galeria
de São Mamede em Lisboa, na exposição “Maias para o 25 de Abril” e ainda hoje
conserva um dos originais, riscado e carimbado.
Em 1981, diz-se criador do “Deglutinismo” na 1ª exposição
de quadros comestíveis a que deu o nome “Kira Expõe para Comer”. Tudo começou,
quando com exposições marcadas vendeu todos os seus quadros. Ficou sem
trabalhos e com uma exposição que não conseguiu adiar. “Foi numa situação de
aperto mas foi um sucesso. Fazia a base de massa folhada e dispunha os
alimentos sobre a base. Ficavam presas na parede como quadros e as pessoas podiam
comê-los. Desapareceu tudo em duas horas, com 800 pessoas na galeria e mais mil
lá fora. Nunca ninguém tinha pensado em fazer isso e a galeria foi falada em
todo o mundo”. Após o sucesso dessa exposição, a convite, ainda fez mais duas
iguais.
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isto é da joana ou quê ?
Repasso esta reflexão pertinente que se aplica a tudo o que ganha fama
Tem a vantagem de levar muitas centenas ao Palácio da Ajuda que de outra maneira nunca lá poriam os pés
Meus Caros:
Neste país, agora o que está a dar é a falta de
vergonha, ou seja, o descaramento mais despudorado, aliado ao lobbying e
ao Poder.
Assim se fabricam um cineasta, um escritor,
um fadista, um artista plástico, etc , etc, que se transformam em ícones
DO REGIME .
Para nosso imenso vexame , agora, promove-se, cá
dentro e lá fora, como artista genial, essa tal Joana de Vasconcelos, a
quem são facultados todos os meios possíveis e imaginários para expor e
representar Portugal com peças que não são arte, e nem
verdadeiramente artesanato chegam a ser.
O grave é que, mesmo esse artesanato, nem sequer é dela, como passo a explicar, pois antes resulta de um trabalho colectivo.
A suposta "arte " da sujeita consiste
em conceber o empilhamento, por outros, através de colagem ou
soldadura, dos mais diversos objectos, como tachos, preservativos,
alguidares, pensos higiénicos, etc, de molde a, por sua vez, formarem
sapatos, pénis, candeeiros, etc.
A outra técnica alternativa que usa traduz-se em recobrir objectos ( não criados por ela ) com rendas ( também não são feitas por ela) e apresentá-los igualmente como "arte" sua.
Tudo isto se traduz em peças de enormes dimensões, para melhor encher o olho ao pagode parolo, cá de dentro e lá de fora.
O grande problema desta falcatrua artesanal da
"artista" é que também encobre uma realidade sinistra, que está para
além da cobertura que recebe do regime, que agora a vem escolhendo para
representar Portugal, em tudo o que é sítio.
É que a Vasconcelos, que bem poderia ser
definida como uma amontoadora ou cobridora de objectos, tem ao seu
serviço, para "criar" as suas peças, uma multidão de humildes e
anónimos operários e artesãs, a quem explora e paga uma miséria, para
lhe soldarem os tachos ou fazerem as rendas com que são recobertos os
diversos objectos que ela arrebanha.
Assim, a Joana Vasconcelos limita-se a decidir
se vai sair uma cafeteira gigante ou um pirilau, mas não toca nem com um
dedo no produto final. Afinal, nem artesã chega a ser, mas faz-se pagar
como uma diva.
Compare-se, só para dar um exemplo, com um João
Cutileiro, que luta, desde há muitas décadas, com um escopro e uma
máquina de disco para fazer emergir da pedra as
suas belas esculturas. Ou com esse grande intelectual, que
foi Óscar Lopes, que acaba de falecer, e cuja morte e grande obra estão a
passar quase despercebidas nos media.
Portugal, tem magníficos e genuínos artistas
plásticos, uns praticamente desconhecidos e outros pura e
simplesmente esquecidos, a quem não é dada a menor oportunidade de
exporem a sua obra...
Enfim, vivemos um triste tempo de faz-de-conta em que é caso para dizer que tudo isto... É O DA JOANA !...
Abraços.
Adalberto Alves.
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