20090428

ANTONIO SOUSA PEREIRA


O meu poema é de oiro, de oiro do meu olhar,
é poema doirado, reluzindo nos meus caminhos,
vou escrevê-lo nas cores que brilham no luar,
vou senti-lo nas águas, correndo em remoinhos.

O meu poema brilhante, sons deste meu cantar,
vou escrevê-lo, doirado nos nervos, na saudade
cultivada na ternura, que emerge do verbo amar,
aqui, onde a vida é sangue do sangue, ansiedade.

O meu poema sou eu, és tu, companheira, irmão,
percorrendo a imensidão do trigo, nesta palavra,
onde o sentimento é um querer, com sabor a pão,
este viver, tempestade, uma forte paixão que lavra.

O meu poema é feito de sorrisos, é oiro do desejo,
que marca o instante na memória, tem sabor a sal,
tem perfume, tem som, tem calor e cheiro a poejo,
floresce nas ondas do mar, nas noites de Portugal.

O meu poema é apenas este sentimento, ao vento,
na verdura dos campos, no turbilhão dos rochedos,
o lugar, vivo, das emoções que voam no pensamento,
são ilusões, são mistérios - o oiro dos meus segredos!

António Sousa Pereira
Barreiro - 28.04.09

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