20091206

SOBRE O QUADRO - CRUCIFICAÇÃO - COMENTÁRIO QUE DESTACO

Fernanda disse...
Gostaria de acrescentar algo ao que tem sido dito. Parece-me que a situação o merece. Vejamos o quadro. Este representa, no plano central, o acto sacrificial de Cristo. Na base, a lateralidade das figuras mostra a unanimidade solidária com o acontecimento.
Porém, as personagens não elevam, todas , os olhos para o Senhor ou para a pomba - os padres olham-na directamente, tal como a criança (perplexa) e os homens da "urbe", e por este mesmo facto, indiciam no seu recolhimento a consciência da tragédia no Presente. E o pintor? .De frente, interpela-nos com o olhar, sendo ele o agente da denúncia: Cristo sacrificado está vivo nos dias de hoje. Não é isto uma soberba forma de olhar o sagrado?
A igreja deveria estar grata por uma compreensão tão profunda da crucificação. Não a teve. Caso contrário, honraria o pagamento devido pelas telas, pelas tintas, já que o quadro é a dádiva do pintor à Igreja de Cristo - a da tolerância. Como se acha no direito de só pagar a tela? (parece que nem todo o custo é coberto). E o restante? Não é oferta suficiente a obra de arte?
Cristo não gostaria desta atitude que mais parece de vendilhões do templo... A César o que é de César, a Cristo o que dele é, ao pintor o que se lhe deve!

Fernandinha

Nenhum comentário: